O que seria de nós se não ficássemos tristes?
Acredito que alguns de vós devem ter pensado que se não ficássemos tristes então seria porque estaríamos sempre felizes.
Infelizmente (ou felizmente) já sabemos que isso não é verdade, ou não estaríamos rodeados de pessoas que nunca assumem a sua tristeza (muitas vezes por esta nem ser consciente), mas que vivem as alegrias com uma certa dormência.
Se não ficássemos tristes quando a situação assim o promove… ficaríamos provavelmente deprimidos.
Um dos meus professores da faculdade dizia que a tristeza é o melhor antidepressivo do mundo. Isto porque tantas vezes as pessoas deprimem porque colecionaram tristezas não expressas ao longo do tempo.
Se ficássemos tristes nos momentos em que a emoção nos bate à porta significaria que seríamos mais verdadeiros connosco, deixando menos emoções e situações debaixo do tapete, uma vez que, tudo o que fica debaixo do tapete acaba por se tentar expressar de múltiplas formas, a maioria delas pouco adaptativas: ou através do sintoma, ou dos choros sem razão aparente, ou pela apatia com que se vive o dia-a-dia, entre tantas outras.
É muito importante que se olhe para a tristeza como uma emoção adaptativa, que não está contra nós, mas que existe em nós e que se saiba que por mais doloroso seja senti-la, quando a evitamos ficamos de costas voltadas para nós e para o nosso sofrimento.